quarta-feira, 1 de junho de 2011

O tempo passa e as coisas mudam

O tempo passa e as coisas mudam; já diz o ditado popular. Na educação, como em tudo na vida, também acontece esse processo. A dinamicidade é uma constante na vida estudantil. As TICs (Tecnologias de informação e comunicação) utilizadas desde sempre, como quadro e giz principalmente, estão perdendo espaço para uma comunicação mais ativa e dinâmica, e por que não dizer mais democrática.
O processo de evolução e expansão das tecnologias de comunicação é um fator percebido ao longo do tempo. Desde a própria escrita, aprimorada pelos escribas a cerda de 3000 anos, passando pela invenção da impresa, do rádio e da TV, até o processo contemporâneo midiático envolvendo em um só ambiente áudio, vídeo e texto, através do computador, o homem tem encontrado meios cada vez mais eficientes para aperfeiçoar a comunicação.
Essa evolução tem influenciado e modificado, mesmo que a passos curtos, o ambiente escolar e as práticas pedagógicas desenvolvidas no processo ensino-aprendizagem. O professor, que antes limitava a transmissão de informação através de livro didático e quadro apenas, hoje se vê em um ambiente escolar menos manual e mais informatizado, onde não só a escola evoluiu no campo informático, mas principalmente o aluno já traz do seu cotidiano uma vivência informatizada, direcionando o professor para um caminho que não fora e ainda não está preparado.
Nessa influência das TICs contemporâneas direcionadas para a educação, aluno e professor passam a assumir papeis diferenciados daqueles outrora habituados. O professor não é mais a única fonte de informação, o mestre do saber, e o aluno não é mais apenas um espectador, mero recebedor de informações. A nova realidade traz um professor orientador e um aluno participativo na construção do saber.
Boa parte dos professores tem consciência dessa nova realidade como também acredita que as novas TICs trazem benefícios para o processo ensino-aprendizagem, mas esse conhecimento não vem acompanhado de uma prática efetiva por parte dos mesmos.
Uma das causas dessa constatação talvez esteja no fato de poucos dentre esses mesmos professores terem participado de algum curso direcionado para a área de mídias na educação, deixando, dessa forma, de conhecer meios para a utilização das TICs. E mesmo aqueles que afirmam inserí-las na prática pedagógica não veem esse processo como caminho para uma educação voltada no sentido do aluno como agente no processo ensino-aprendizagem.
O que falta nesse contexto é o conhecimento por parte dos professores de como manusear e, principalmente, de como direcionar as TICs para um trabalho produtivo e enriquecedor, para o aluno sobretudo, o que poderia ser resolvido com a participação em cursos dessa natureza, como também buscar conhecer as mídias existentes na própria escola em que atua.
O trabalho de conteúdos programáticos tendo as TICs como recursos pedagógicos constitui uma realidade possível, mesmo que diminuta. O que se questiona é como trabalhar esse processo de forma expansiva  nas escolas sem perder o foco no principal, que é o conteúdo, e conseguir conscientizar tanto professor como aluno de que as TICs constituem ferramentas no auxílio à construção do conhecimento e não o próprio conhecimento.
Uma certeza, porém, é possível identificar: a realidade da educação não é mais a de décadas passadas. O avanço das TICs exige do professor mudanças na prática pedagógica e a aceitação de que este não é mais o dono do saber. É necessário mudanças, porque a própria sociedade, com sua demanda tecnológica nas mais diversas áreas, já pratica no cotidiano o uso das TICs, como também o aluno vivencia essa tecnologia no dia-a-dia, buscando informações e gerando conhecimentos.

2 comentários:

José Sousa disse...

Meu amigo João Mendonça!
Concordo plenamente com você, até porque este foi um caso que debati, na semana passada, na escola que frequento e coloquei um artigo muito parecido com o seu em um jornal nacional e que saíu no dia 29 do mês passado.

Prabéns pelo texto.

Um abraço fraternal.

João Mendonça disse...

Obrigado, amigo José!
A escola precisa mudar, visto que o mundo mudou! Ou vai ficar para trás na preferência dos alunos!
Obrigado pelos comentários e um forte abraço!