sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987)


 Nasceu em Itabira (MG)  em 1902 e faleceu no Rio de Janeiro em 1987.
Dada a forte produção poética,  a organização de suas obras em partes ou em fases permite acompanhar com maior clareza a evolução de seus temas, de sua visão de mundo e de seus traços estilísticos.
Quatro fases podem ser identificadas em sua produção:

1 - A FASE GAÚCHE (consciência e isolamento)
As obras que representam essa fase são Algumas poesias (1930) e Brejo das almas (1934).
A palavra Gaúche, do francês, significa "lado esquerdo". Aplicada ao ser humnao, significa aquele que se sente às avessas, torto, que não consegue estabelecer uma comunicação com a realidade.
Ao gaúche não há saídas: nem o amor, nem a morte, nem mesmo o isolamento. Desesperado, ele busca comunicar-se com o mundo por meio do canto, mesmo que seja um canto torto e gaúche.
São comuns a essa fase da poesia de Drummond traços como o pessimismo, o individualismo, o isolamento, e a reflexão existencial.
2 - A FASE SOCIAL (todo o sentimento do mundo)
As obras que representam essa fase são Sentimento de mundo (1940), José (1942) e Rosa do povo (1945).
Nessa fase, o eu lírico dos poemas manifesta interesse pelos problemas da vida social, da qual estivera isolado até então. De certa forma, o gauchismo da primeira fase é deixado de lado.
Pode-se supor que o gauche da primeira fase percebe que seu gauchismo não lhe é exclusivo - é universal. Todos os homens são gauches, pois essa é a consequência de se estar num mundo problemático.
3 - A TERCEIRA FASE (o signo do não)
Fazem parte desse perídodo as obras Claro enigma (1951), Fazendeiro do ar (1955), Vida passageira (1959) e Lição de coisas (1962).
Na década de 50, a poesia de Drummond tomou novos rumos. O período crítico de guerras, ditaduras e meto tinha passado. O mundo vivia então a Guerra Fria e o poeta acumulava o desencanto de sua aventura política na poesia.
A criação poética de Drummond começou a seguir duas orientãções: de um lado, a poesia reflexiva, filosófica e metafísica em que, com frequência, aparecem os temas da morte e do tempo; de outro, a poesia nominal, com tendências ao Concretismo, em que se destaca a preocupação com recursos fônicos, visuais e gráfico do texto.
4 - A ÚLTIMA FASE (temas universais)
A produção poética de Drummond nas décadas de 1970 e 80 dá amplo destaque ao universo da memória. Nela, ao lado de temas universais, são retomados e aprofundados alguns dos temas que nortearam toda a obra do escritor, como a infância, Itabira, o pai, a família, a piada, o humor cotidiano, a autoironia.
No último livro do poeta, Farwell (1996), publicado depois de sua morte, estão presentes todas essas características.
Acima, um video em que o próprio autor declama uma de suas mais conhecidas poesias: JOSÉ.

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