quarta-feira, 27 de abril de 2016

SENSACIONALISMO: ENTRE A LIBERDADE DE IMPRENSA E O DESREPEITO À DIGNIDADE HUMANA

          Enquanto um gato abocanha um rato já desfalecido, outros três roedores, munidos com sedentas câmeras, fotografam o malogro do semelhante. Eis o modo como o ilustrador Pawha Kucgynskiego retratou a carência de compaixão para com o próximo, em se tratando da obtenção de uma manchete, própria da imprensa sensacionalista. A questão central é que esta, não obstante o desrespeito aos direitos humanos que lhe caracterizam, ampara-se no princípio da liberdade de "informação" a fim de eximir-se das brutalidades que promove e dissemina. Assim, é essencial debruçar-se sobre tal dicotomia para saná-la.
          O poeta T. S. Eliot ressaltava que o ser humano pouco suporta encarar a realidade. Desse modo, verifica-se um cruel paradoxo: o público - alvo de programas sensacionalistas busca, na observação dos infortúnios de indivíduos de baixa renda, à margem da sociedade e com fraturas no núcleo familiar, o esquecimento dos seus, através do escapismo. Portanto, o sensacionalismo, enquanto "espetáculo da desgraça", possui uma contradição intrínseca. Percebe-se, então, que, para sanar a falta de controle sobre tal descompasso, faz-se necessária a regulação da imprensa, não arbitrariamente, mas tendo em vista o respeito à dignidade humana.
         Outrossim, o escritor francês Gustave Flaubert afirmou que o atentado contra o pensamento é um crime de lesa-alma. A particularidade do sensacionalismo é justamente que ele, em si, já agride a racionalidade dos espectadores e leitores, uma vez que dissemina um discurso calcado no ódio e em estereótipos com caráter "moralizante", que, ao invés de dar margem à frutificação do senso crítico, gera uma lamentável massa de indivíduos alienados e pouco sensíveis quanto à noção de humanidade.
           De modo a dissipar as cinzas advindas do sensacionalismo, algumas medidas tornam-se prementes. O Estado, junto a instituições voltadas ao universo midiático, deve regular a atuação desse ramo da impressa, seja cerceando a disseminação de conteúdos que ferem os direitos humanos, seja através da cobrança de elevados impostos, a fim de desestimulá-lo. Por sua vez, incitados pelo debate na escola acerca da manipulação ideológica, os cidadãos devem repudiar discursos sensacionalistas, haja vista quão rasos e nocivos estes são.
Tiago Santos Ribeiro

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Cidadania e vida


"A verdadeira educação consiste em pôr a descoberto o melhor de uma pessoa." Com essa afirmação, Mahatma Gandhi demonstra uma preocupação com o lado positivo do ser humano, deixando de dar maior importância à negatividade. Isso foi o que presenciei na tarde do último dia 20, no templo da Loja Maçônica Cotinguiba, em Aracaju. Ou seja, é melhor agir do que ficar apenas a reclamar da situação.
O lançamento da I Antologia Literária Loja Maçônica Cotinguiba - conto, crônica e poesia - que contou com a participação de estudantes das redes particular e pública de ensino, não foi tão somente o lançamento de um livro; constituiu, sobretudo, um momento ímpar na vida de todos que lá se encontravam, principalmente na vida dos alunos. Alunos estes, em sua grande maioria, provindos da escola pública; aquela mesma que, há um bom tempo, é tão mal conceituada pela sociedade e tão mal assistida pelo poder público.
Foi gratificante ver o brilho nos olhos dos "pestinhas que não querem nada" e a alegria estampada no rosto de todos eles. Foi gratificante ver a sensação de dever cumprido nos semblantes dos professores. Foi gratificante ouvir as palavras do venerável mestre Jilvan Pinto Monteiro e ver em sua fisionomia a emoção de presidir aquela sessão: "das sessões abertas que presidi, esta foi a mais emocionante." Foi gratificante ver o trabalho realizado pelo acadêmico e cidadão Domingos Pascoal. Foi gratificante presenciar que o melhor de cada um daqueles "pestinhas" estava sendo retirado, numa clara demonstração de que nosso alunos têm qualidade e potencial; o que lhes faltam são incentivo e motivação por parte da sociedade, sobretudo de nós professores.
Realizações como esta demonstram que a sociedade organizada é capaz de transformar realidades em "preto e branco" em realidades "coloridas", plantando sementes de vida na quase vida sem sementes de boa parte das crianças de uma sociedade que ainda vive embrenhada no egoísmo, pai de todas as mazelas. Transformação sim. Pergunte a um desses alunos das várias periferias o significado de ter seu texto e seu nome num livro. Pergunte a essas crianças (a boa parte dessas crianças) a importância que o evento trouxe para suas "vidas severinas". Pergunte o leque de perspectivas que se abre na mente, na cansada mente do dia a dia desses adolescentes.
Por fim, parabéns ao irmãos (se assim me é permitido expressar) da Loja Maçônica Cotinguiba pela bela e significativa ideia, planejamento, organização e realização do evento. Parabéns à esperança e à cidadania ativa.

PS. Na visão de um professor que vivencia a realidade, a dura realidade, mas que prefere trabalhar a reclamar.


Prof. João Mendonça


domingo, 26 de outubro de 2014

A nossa Língua está viva



Geralmente as Academias de Letras são "museus" onde se guarda uma literatura qualificada, mas em grande parte obsoleta e com aparência mais de "morta" que de viva, apesar de seus imortais. Digo isso porque a Língua é e deve ser a prática dos falantes nos seus mais variados modos, sejam eles histórico, socioeconômico ou geográfico. E muitas vezes essa função da Língua é minimizada por boa parte dos eternos acadêmicos, sobretudo aqueles que norteiam a escrita por uma concepção "Parnasiana" da comunicação em detrimento de uma praticidade linguística do Modernismo de Oswald de Andrade, por exemplo.
Felizmente não foi isso que tive a oportunidade de ver ontem, nas dependências da Sociedade Semear, em Aracaju, por ocasião do 3º Encontro Sergipano de Escritores. Com participação das várias Academias de Letras existentes hoje, em Sergipe, o evento contou com muitos escritores de diversas correntes linguisticas e gêneros textuais, demonstrando que a Literatura popular é forte e que as Academias podem e devem ser vivas, de forma a cumprir um papel socioeducativo na construção da prática leitora, e não apenas formal.
A Literatura que vi no dia de ontem foi algo oriundo das raízes populares. Foi um encontro frutífero que já chegou às escolas através do membro da Academia Sergipana de Letras Domingos Pascoal, em suas inúmeras visitas por todo o interior do estado. Foi uma produção viva, capaz de captar hábitos, costumes, histórias e estórias de um povo no seu prático e sofrido/alegre cotidiano. Uma Literatura simples e pragmática.
Parabéns a todos que de uma forma ou de outra idealizaram e colocaram em prática a produção literária que se vê hoje no estado. Se no final do século XX tivemos o Milagre Econômico, hoje temos o "milagre literário" em Sergipe, principalmente em Itabaiana, com o advento da Bienal.

Prof. João Mendonça



quarta-feira, 27 de agosto de 2014

A linguagem objetiva na redação


Dentre os vários fatores que levam ao sucesso numa redação está a objetividade na linguagem. O aluno deve ser prático e objetivo na exposição do ponto de vista, criando um ou dois tópicos argumentativos, de preferência problematizando (um ou os dois). No desenvolvimento é interessante sempre ser consistente através de exemplos práticos, citações, referências etc., para ter uma base sólida na argumentação. No parágrafo de conclusão cabe ao aluno ser propositivo, de forma a deixar bem identificados os itens O QUE FAZER, QUEM FAZER E COM O FAZER. 
Lembre-se de que o mais importante não é o que você quer ou quis dizer, mas o que efetivamente está escrito. Por isso a importância de ser sempre direto e objetivo na linguagem de forma a facilitar a leitura do corretor.
Abaixo estão alguns exemplos de parágrafos sem objetividade na linguagem e com as devidas correções. Clique AQUI.

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Informatividade na redação do Enem


Um fator importante para se chegar ao senso crítico na redação do Enem é conhecer o assunto; ter informações acerca do que vai se falar. Isso leva o candidato à possibilidade de praticar melhor a criticidade na argumentação, de forma a torná-la mais consistente. Além dos materiais didáticos, das aulas e de várias revistas - a exemplo de Carta na Escola, Língua Portuguesa, Guia do Estudante - a internet constitui hoje uma importante ferramenta na busca por tais informações. Está aqui, talvez, o problema.
Existe um fator denominado intencionalidade na formação de um texto, ou seja, toda mensagem tem um objetivo e um público-alvo. Como estamos em ano de eleição  no Brasil, ainda elevado pela realização de um evento de nível mundial - a Copa do Mundo - com fortes indícios de irregularidades nos gastos, além de vários problemas (históricos) cercando nossa realidade, o leitor deve estar muito atento ao que lê ou assiste no mundo virtual.
Não se deve sair acreditando em tudo que está disponível na redes sociais. É sempre bom lembrar que os vários canais, TVs, blogs e grupos "políticos" estão atrelados a alguma "ideologia política", o que, naturalmente, traz uma intencionalidade nas informações disponibilizadas. Dados, números, porcentagens podem até ser verdadeiros, mas a forma como essas informações são processadas nos textos e nos vídeos, por exemplo, é que deve ser analisada com cuidado e caultela.
O leitor deve ler todo e qualquer texto que considere importante, mas não deve aceitá-lo sem antes fazer uma análise: esses dados são verídicos? esse canal/TV/blog está atrelado a algum grupo político? Qual o fator intencionalidade presente? Perguntas como essas ajudam a melhor discernir sobre as informações que está recebendo.
Por último, o esquema LEITURA - INFORMAÇÃO - CONHECIMENTO - REFLEXÃO - SENSO CRÍTICO, tão falado em nossas aulas de REDAÇÃO, deve ser considerado sempre para a obtenção de melhor criticidade nas argumentações, o que afasta o candidato da mesmice e do senso comum.

Prof. João Mendonça

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Material de revisão para a redação do Enem

 Os alunos devem ter em mente que não basta o candidato estar preparado para um tema, mas para O TEMA que a redação do Enem trouxer. É importante lembrar que o candidato deve ter uma boa carga informativa sobre o assunto proposto pelo tema da redação, o que leva à reflexão sobre pontos e ângulos diversos acerca do assunto, como também, e principalmente, ao senso crítico.

"Aulão" de revisão
Aula de Revisão para a redação do Enem from JoaoMendonca2

Mais dois temas que não foram discutidos no slide anterior 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

domingo, 28 de julho de 2013

Exercícios sobre Concordância Verbal e Nominal

Peço desculpas ao alunos das turmas de 3º Ano A e B do Colégio Estadual Eduardo Silveira, mas só agora consegui postar o material com os exercícios sobre Concordância Nominal e Verbal. Imprimam que amanhã resolveremos as questões em sala de aula.